A doença é uma das coisas mais tristes que existem. Não
julgo uma dor de dente com um câncer terminal. A dor é a mesma, cada ser humano
reage de formas adversas. Uns podem ficar tristes, abalados, chorosos etc. Mas
a dor, é dor. Sei como é difícil passar por um câncer na família, minha esposa
viveu isso e eu vivi diretamente isso também. Foram momentos tristíssimos,
porém foram momentos de gargalhadas extremas e revigorantes. Como assim, você ria
com sua esposa em um momento tão crucial, entre a vida e a morte? Claro! Não
podemos nunca deixar de viver e ser feliz da maneira como a vida nos leva. Felizmente,
nossa casa era a atração de vários amigos queridos e pessoas maravilhosas.
Sempre iam na sexta ou sábado e voltavam no domingo. Era uma fará de salgados,
doces, bebidas, jogos etc. Era a vida que eu poderia proporcionar para ela, uma
vida de muita alegria e muito amor com seus grandes amigos. Todos sabiam dos
tumores malignos e não se importavam com isso. Só a presença dela, era o
suficiente para manter a casa linda, serena e cheia de paz. Não sei se já disse
o nome dela, acho que ocultei essa informação para não expor mais ainda sua
bela lembrança. Seu nome era Ana Paula, linda, de caráter forte e destemida
como nunca vi. Ela não tinha medidas para nada, se queria dançar, dançava. Se
queria sair, saia. Se queria dirigir, dirigia. O esforço para viver, vinha
naturalmente e a vontade de viver sempre era exposta e nunca contida. Tivemos
muitas lutas, várias operações, internações, exames, remédios, porém sempre com
um sorriso largo no rosto e a vontade de ser sempre o que ela era: feliz! Sempre
tive uma frase muito famosa, que era assim: Sempre minha, sempre sua, sempre
nosso...
Apaixonante!
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