domingo, 18 de janeiro de 2015

"É bom aprender a ser sábio na escola da dor." Ésquilo

Conheço essa história tão bem: a escola da dor. A dor foi me pegando aos poucos, me trazendo para um lugar bem fundo, para a desesperança. Era um cão de rua, preto, e sem nenhuma conotação de ser um bom cachorrinho. Ele me levou, como seu eu não tive mais vida e me largou nunca buraco escuro, gélido, amargo pela vida e o único sol, estava tão distante dos meus olhos. Esse mesmo cão, preto, me levou durante cinco vezes ao mesmo buraco, mais escuro, mais sombrio, mais gélido e de um amargor inigualável. Me senti sozinho, não conhecia ninguém, e a única coisa que poderia fazer; era chorar. Um choro triste, pesado e de magoas tão profundas. Só que durante esse pesadelo, tinha uma coisa que soprava no meu ouvido. Acho que era uma voz, que sussurrava bem lentamente: “Olhe para luz!”. Tenho certeza que era Deus me guiando, de uma forma tão pura e inocente, que aquilo começou a fazer sentido para mim. A cada passo que eu dava, a cada pedregulho que segurava e me levantava mais alto, eu via um pouco da luz que vinha do céu. Era uma luz tão bonita, como se fosse um belo dia de sol nas Paineiras. Subi, subi, subi muito, minhas pernas estavam cansadas, meu corpo doía demais. Sempre que passamos por estes grandes desafios, nos deixam marcas, feridas, dores e um arrependimento avassalador. Mas não pensava nisso, eu tinha um único objetivo, que era pegar a luz do sol é pôr no meu bolso. Era um mimo? Não sei. Mas era uma coisa linda de se fazer. Subi todos os degraus, e quando cheguei lá em cima, vi que a vida era uma coisa tão bela, tão cheia de amor e tão gratificante aos olhos das pessoas que conseguiram subir os buracos mais profundos do que o meu. Felizmente tive alguns buracos: pequenos, médios e grandes. Porém subi todos com uma força ímpar e um poder maior que supria o meu coração. Será que era Deus que me levantou e me abençoou através de cada obstáculo que surgia durante a jornada? Eu acho que era. A vida me ensinou a ser mais humilde diante das pessoas. Eu tive todos os problemas inimagináveis, que abalariam um coração de uma pessoa sem muita fé. Fazer duas operações de coração, ter uma esposa falecida pelo câncer, ter uma depressão profunda, ter dois acidentes vasculares cerebrais e um marca-passo. Mas, existem pessoas piores do que eu, pessoas que precisam de uma ajuda valiosa e uma esperança que só Deus pode dar. Eu aprendi a minha lição da maneira mais dura possível. Mas, hoje sou uma pessoa abençoada e feliz. Tudo que faço na vida, faço para o meu próprio bem. Sempre ando meus 10, 18, 24 ou 30 km pelas grandes trilhas da floresta da Tijuca e faço academia. Isso me faz um bem tão grande e maravilhoso. Queria poder ajudar muitas pessoas que precisam de uma força, para superar esses obstáculos e essa falta de carinho dentro do coração.

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